sexta-feira, 22 de junho de 2018

Nota da defesa de Lula sobre decisão do TRF4

Nota da defesa de Lula sobre decisão do TRF4

A defesa do ex-presidente Lula recorrerá das decisões proferidas hoje (22/06) e estranha que o TRF4 tenha analisado a admissibilidade do recurso extraordinário às vésperas do julgamento marcado pela presidência da 2ª Turma do STF para analisar o pedido de liberdade do ex-presidente.

A decisão do TRF4 foi proferida poucas horas após a defesa de Lula haver apresentado à vice-presidência da Corte, em audiência, memorial demonstrando a presença de todos os requisitos para a admissibilidade dos recursos especial e extraordinário interpostos em 23/04

Cristiano Zanin Martins

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Nota de Dilma Rousseff sobre a lawfare contra Gleisi Hoffmann

Presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a senadora Gleisi Hoffmann passou a ser o principal alvo da perseguição jurídica e política que levou o ex-presidente Lula à prisão. O processo contra Gleisi, o ex-ministro e ex-deputado federal Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Kugler tem todas as características de uma farsa – repleta de mentiras evidentes e depoimentos contraditórios.

Os acusadores tornaram-se delatores premiados para obter vantagens jurídicas, como a própria liberdade, e o acesso aos recursos financeiros ilegalmente obtidos. Estão, portanto, dispensados de restituir o que roubaram. Esta situação absurda – criminosos confessos forjando acusações contra inocentes em troca da impunidade — é parte ponderável das investigações baseadas em delações premiadas sem quaisquer provas.

Os réus que acusam Gleisi Hoffmann foram mudando suas denúncias, feitas originalmente em 2014, à medida que eram desmentidos pela verdade dos fatos, embora suas delações já tivessem sido criminosamente divulgadas para a mídia. O inquérito aberto pela PF era secreto e, no entanto, foi vazado para a imprensa a fim de destruir a reputação dos acusados, notadamente Gleisi Hoffmann.

Ao mesmo tempo em que a polícia e os acusadores não apresentavam prova alguma das delações regiamente premiadas, a defesa demonstrou, de maneira cabal, que:

a) Gleisi nunca recebeu dos delatores mentirosos recursos para a sua campanha ao Senado em 2010;

b) Gleisi não poderia jamais ser acusada de corrupção passiva, como foi, porque não exercia nenhum cargo público na época do suposto episódio;

c) é mentira, portanto, que Gleisi tenha praticado algum ato de ofício para beneficiar quem quer que seja em troca de dinheiro, inclusive porque, na época do suposto crime, sequer conhecia o executivo da Petrobras que teria sido beneficiado por ela.

A defesa mostrou que o inquérito da Polícia Federal foi montado com informações obtidas ilegalmente, por meio de arbitrariedades como a quebra do sigilo telefônico de Gleisi Hoffman sem autorização da Justiça. Em todos os sentidos que se possa examinar, a ação contra Gleisi é um processo de exceção, arbitrário, autoritário e, neste sentido, ilegal e abusivo.

Como Lula, Gleisi Hoffman é vítima de lawfare, em um processo montado com base em arbitrariedades, mentiras e manipulações. Gleisi é a vítima da vez porque é uma política relevante do campo progressista, é presidente nacional do PT e é interlocutora importante de Lula.

Esperamos, pelo bem do nosso País, que se faça justiça aos acusados, a Gleisi Hoffmann, essa mulher, senadora, digna e honrada que representa todos que lutam por uma nação mais igual, mais justa e democrática.

Dilma Rousseff

sábado, 16 de junho de 2018

Nota do PT do Paraná

O Partido dos Trabalhadores do Paraná manifesta sua total e irrestrita solidariedade à nossa companheira senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do nosso partido, vítima de uma ação judicial baseada em falsas acusações como está se tornando hábito no Brasil quando se trata de perseguir a classe trabalhadora e suas organizações.

Gleisi é inocente!

Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores do Paraná

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Manifesto de Moradores do Santa Cândida e de bairros vizinhos à sede da PF contra as agressões de pequenos grupos fascistas que atacaram a Vigília Lula Livre

“Nós não somos isso!!

Repudiamos todo e qualquer ataque à democracia. Não abrimos mão dos princípios democráticos!

Exigimos respeito ao direito de manifestação, assim como exigimos que os horários de silêncio sejam respeitados.

Alertamos para o uso do nome “Moradores do Santa Cândida” por um pequeno grupo que não nos representa.

Não somos ódio, não somos exclusão. Somos solidariedade, respeito e amor. Não cobrimos com símbolos de ódio o nome de Olga Benário, que por ser judia foi enviada – grávida – do Brasil para morrer num campo de concentração nazista.

Abrimos nossas portas, nossos braços e nossos corações para aqueles que lutam por justiça social e por igualdade, nestes tempos duros de transição. Lutamos lado a lado, sem violência, agressividade ou intolerância.

Somos seres humanos convivendo em uma mesma época e local e, sim, isso é possível, independente de raça, credo, religião ou convicções.

Não aceitamos a criminalização da política, somos seres políticos e temos responsabilidades. Somos democratas, acreditamos na liberdade de expressão e no direito de manifestação. Não apoiamos os intolerantes: somos contra o fascismo. A intolerância pressupõe que só o próprio ponto de vista é certo, recusa outros modos de ser, pensar, a existência das diferenças.

Pedimos empatia e compreensão, humildade e amorosidade: calçar as sandálias de alguém. Não somos punitivistas. Não procuramos vinganças. Temos consciência de que estamos participando de um importante momento da história. Vamos escrever um capítulo do qual nos orgulhemos.

Nós não somos apenas moradores do Santa Cândida. Somos moradores da Regional do Boa Vista: São Lourenço, Bacacheri, Abranches, Atuba, Barreirinha… Somos brasileiros, cidadãos do mundo, humanos. Esta é a nossa maior causa: a humanidade. Sem justiça, sem ética, sem respeito e honra, a humanidade sucumbe.

Acolhemos a Vigília, os acampamentos e alojamentos e apoiamos aqueles que lutam por dias melhores para todos e todas.

É o mínimo que nossa civilização espera de nós!”

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Carta de Juan Grabois a Lula

Querido Lula,

Ontem deixei o Brasil muito angustiado. Como você sabe, eles me impediram de visitá-lo de maneira injustificada, arbitrária e descortês. Em seguida, visitei meus irmãos e irmãs catadores, carroceiros, camponeses, favelados, professores, funcionários públicos, trabalhadores e membros de várias comunidades pastorais. Pude sentir a dor do teu povo, compartilhar sua impotência diante da injustiça, sua raiva pela perseguição de seu dirigente máximo. Também notei a enorme deterioração institucional, social e política sofrida pelo Brasil por causa da ambição de uns poucos que concentram o poder e impedem que as diferenças sejam resolvidas no marco da democracia.

O gole mais amargo, no entanto, estava me esperando no aeroporto de Curitiba. Lá soube que você foi atacado novamente pela mídia de massa e nas redes sociais. Eles alegaram que você mentiu sobre o Rosário enviado pelo Papa Francisco. Então você, preso e incomunicável, também mente! Com espanto, vi que seus inquisidores indicaram que a fonte de sua calúnia era o próprio Vaticano. Minha maior surpresa foi quando eu confirmei que em um site chamado Vatican News eles publicaram um texto agressivo em português, cheio de imprecisões e erros de redação.

A comunicação dessa página não pode ser considerada oficial, mas, de fato, é um site dependente da Secretaria de Comunicação do Vaticano. Durante a leitura, não pude deixar de ficar espantado. Obviamente, um redator desse site, sabe Deus com que intenção ou a pedido de quem, queria causar um rebuliço e conseguiu.

Quando eu pude reclamar com os superiores, a nota foi removida do site e substituída por uma adequada (https://www.vaticannews.va/…/precisacao-sobre-caso-grabois-…), mas o dano já estava feito. Infelizmente, a mídia que disseminou a suposta negação do Vaticano ao paroxismo não reproduziu a nova nota com a informação correta. Será que vivemos na era pós-verdade.

Nunca revelei o conteúdo de um encontro com o Papa Francisco porque sou leal, o respeito e admiro muito. Além disso, sei que o seu apoio aos movimentos sociais e aos pobres lhe traz mais de uma dor de cabeça. Como você sabe, ele também sofre o ataque sistemático dos fariseus e herodianos de nossos tempos. No entanto, tendo em conta as circunstâncias, sinto-me obrigado a dizer-lhe como foram as coisas.

Em meados de maio estive no Vaticano para visitar Francisco, que me honra com uma amizade que não mereço, ama a Grande Pátria e – como ele próprio indicou – está preocupado com a situação atual. Como você sabe, isto é muito claro e frontal, ele não precisa de porta-vozes e nunca pretendi ser um. Sofro muito quando a mídia me coloca nesse lugar. Eu apenas tento ajudar no diálogo com os movimentos sociais, algo que tenho feito desde que nos conhecemos em Buenos Aires, há mais de dez anos, lutando por uma sociedade sem escravos ou excluídos. Atualmente, colaboro com el Dicasterio para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, presidido pelo Cardeal Peter Turkson, com quem organizamos os três Encontros Mundiais de Movimentos Populares e outras atividades para promover o acesso à terra, ao teto e ao trabalho como direitos essenciais.

Naqueles dias de maio, meus amigos dos movimentos populares no Brasil me ofereceram a possibilidade de visitar-te. Fiquei muito feliz porque admiro o que você fez como presidente dos mais pobres e tenho certeza de que você é objeto de perseguição política, assim como Nelson Mandela e muitos outros líderes políticos da história recente.

Aproveitei, então, a visita ao Vaticano para conversar com o Papa sobre a situação e pedir-lhe um rosário abençoado para levá-lo. Assim foi. É incrível que um gesto tão simples de solidariedade e proximidade do Papa, um objeto que serve para orar, gere tantos problemas, mas não é a primeira vez e o Vatican News é responsável por ter permitido que uma nota inadequada e não profissional fosse publicada. Seu responsável me pediu perdão e eu o perdoo porque todos nós podemos cometer erros. Mas também sei que um dano sério foi cometido.

Também quero esclarecer que, quando me proibiram de vê-lo, pedi a teus colaboradores que lhe levem o Rosário, esclarecendo expressamente que vinha do Papa com sua bênção. Por esse motivo, o que eles afirmaram na sua conta do Facebook – injustamente denunciada por fakenews e ameaçado de censura – é exatamente o que eu disse a eles: a verdade.

Entrego esta carta aos teus colaboradores com a expressa autorização para publicá-la se ela servir para mitigar o dano causado, embora eu tema que aqueles que odeiam esse trabalhador que tirou 40 milhões de excluídos da fome e pôs de pé a América Latina diante dos poderes globais não vão dizer a verdade.

Te peço perdão pelo que aconteceu e te deixo um abraço fraterno, latino-americano e solidário;

Rezo pela tua liberdade, pelo teu povo e nossa Pátria Grande;

Juan Grabois”

terça-feira, 12 de junho de 2018

Nota de Gleisi Hoffmann sobre julgamento no STF

Recebi com serenidade a notícia de que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar, na próxima terça-feira (19), a ação penal em que fui injustamente denunciada, sem qualquer prova ou indício de crime.

Trata-se de acusação forjada nos subterrâneos da Lava Jato, onde criminosos condenados negociam benefícios penais e financeiros em troca de delações mentirosas, que servem à perseguição política contra o PT e os nossos dirigentes.

No meu caso, a cada falsidade desmascarada durante o processo, os criminosos foram mudando seus depoimentos e mentindo cada vez mais. É escandaloso que a Procuradoria Geral da República (PGR) tenha oferecido denúncia contra mim em vez de punir os que são acobertados pela Lava Jato.

Há quatro anos, aguardo o desfecho dessa trama. Nada vai apagar o sofrimento causado a mim e a minha família, os danos a minha imagem pessoal e política, mas vejo com alívio o dia em que a Justiça terá a oportunidade de me absolver e restaurar a verdade.

Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)

Nota oficial do Vaticano sobre a visita de Juan Grabois a Lula

Cidade do Vaticano

Corrigindo um nosso serviço precedente sobre o caso Grabois-Lula, devemos ressaltar que havia imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros. Abaixo apresentamos a notícia correta.

O advogado argentino Juan Gabrois é Consultor do ex-Pontifício Conselho Justiça e Paz, que passou a fazer parte do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e é o coordenador do encontro mundial dos movimentos sociais em diálogo com o Papa Francisco.

Grabois concedeu uma entrevista (https://youtu.be/A7F-C1Bi5Q0) depois de ter sido impedido de visitar o ex-presidente Lula no Cárcere de Curitiba, onde está detido há mais de dois meses. Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado.

Grabois disse que está muito preocupado com a situação política no Brasil e em vários países da América Latina. Enfim, disse estar muito triste pela proibição de realizar esta visita, mas que o importante é ter conseguido levar a Lula o Terço.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Mensagem de Lula ao Partidos dos Trabalhadores

Companheiras e companheiros,

O PT vive um dos melhores momentos da sua história.

Apesar de todos os golpes que sofremos nos últimos tempos; apesar de terem rasgado a Constituição para depor a companheira Dilma Rousseff; apesar da campanha de mentiras da Rede Globo e da perseguição da Lava Jato; nosso partido está vivo, dinâmico; e representa hoje a esperança do povo brasileiro para superar uma das mais profundas crises do país.

O PT viveu um aprendizado, ganhou experiência; colocou em curso o mais significativo e profundo programa de inclusão social da história do Brasil. Aprofundou a democracia ao introduzir a legislação que imprimiu transparência nas ações do Estado; conferindo autonomia para os seus órgãos de controle e investigação.

Democracia

Agora é hora de se apropriar das lições que a vida nos ensinou; de reiterar e aprofundar seus compromissos históricos com o povo brasileiro, a inclusão social; a promoção dos direitos do povo, das mulheres; crianças, negros, indígenas; da população LGBT, das pessoas com necessidades especiais; a valorização dos salários e a geração de empregos; o apoio às pequenas e médias empresas, à agricultura familiar e à reforma agrária; a defesa da soberania nacional.

O PT está experiente e preparado para voltar a governar o Brasil e cumprir seu destino de erradicar a miséria; as desigualdades e o preconceito da sociedade brasileira.

É por esse PT revigorado e unido que assumo, mais uma vez, a responsabilidade de disputar a presidência da República neste momento histórico. Porque tenho a confiança de vocês, tenham certeza de que não fugirei à luta.

Pelo Brasil, pela Democracia!

Viva o Partido dos Trabalhadores!

Luiz Inácio Lula da Silva

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Manifesto de Lula ao Povo Brasileiro

Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum. Há dois meses estou impedido de percorrer o País que amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos de vida pública.

Fui privado de conviver diariamente com meus filhos e minha filha, meus netos e netas, minha bisneta, meus amigos e companheiros. Mas não tenho dúvida de que me puseram aqui para me impedir de conviver com minha grande família: o povo brasileiro. Isso é o que mais me angustia, pois sei que, do lado de fora, a cada dia mais e mais famílias voltam a viver nas ruas, abandonadas pelo estado que deveria protegê-las.

De onde me encontro, quero renovar a mensagem de fé no Brasil e em nosso povo. Juntos, soubemos superar momentos difíceis, graves crises econômicas, políticas e sociais. Juntos, no meu governo, vencemos a fome, o desemprego, a recessão, as enormes pressões do capital internacional e de seus representantes no País. Juntos, reduzimos a secular doença da desigualdade social que marcou a formação do Brasil: o genocídio dos indígenas, a escravidão dos negros e a exploração dos trabalhadores da cidade e do campo.

Combatemos sem tréguas as injustiças. De cabeça erguida, chegamos a ser considerados o povo mais otimista do mundo. Aprofundamos nossa democracia e por isso conquistamos protagonismo internacional, com a criação da Unasul, da Celac, dos BRICS e a nossa relação solidária com os países africanos. Nossa voz foi ouvida no G-8 e nos mais importantes fóruns mundiais.

Tenho certeza que podemos reconstruir este País e voltar a sonhar com uma grande nação. Isso é o que me anima a seguir lutando.

Não posso me conformar com o sofrimento dos mais pobres e o castigo que está se abatendo sobre a nossa classe trabalhadora, assim como não me conformo com minha situação.

Os que me acusaram na Lava Jato sabem que mentiram, pois nunca fui dono, nunca tive a posse, nunca passei uma noite no tal apartamento do Guarujá. Os que me condenaram, Sérgio Moro e os desembargadores do TRF-4, sabem que armaram uma farsa judicial para me prender, pois demonstrei minha inocência no processo e eles não conseguiram apresentar a prova do crime de que me acusam.

Até hoje me pergunto: onde está a prova?

Não fui tratado pelos procuradores da Lava Jato, por Moro e pelo TRF-4 como um cidadão igual aos demais. Fui tratado sempre como inimigo.

Não cultivo ódio ou rancor, mas duvido que meus algozes possam dormir com a consciência tranquila.

Contra todas as injustiças, tenho o direito constitucional de recorrer em liberdade, mas esse direito me tem sido negado, até agora, pelo único motivo de que me chamo Luiz Inácio Lula da Silva.

Por isso me considero um preso político em meu país.

Quando ficou claro que iriam me prender à força, sem crime nem provas, decidi ficar no Brasil e enfrentar meus algozes. Sei do meu lugar na história e sei qual é o lugar reservado aos que hoje me perseguem. Tenho certeza de que a Justiça fará prevalecer a verdade.

Nas caravanas que fiz recentemente pelo Brasil, vi a esperança nos olhos das pessoas. E também vi a angústia de quem está sofrendo com a volta da fome e do desemprego, a desnutrição, o abandono escolar, os direitos roubados aos trabalhadores, a destruição das políticas de inclusão social constitucionalmente garantidas e agora negadas na prática.

É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República.

Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana.

Sou candidato porque acredito, sinceramente, que a Justiça Eleitoral manterá a coerência com seus precedentes de jurisprudência, desde 2002, não se curvando à chantagem da exceção só para ferir meu direito e o direito dos eleitores de votar em quem melhor os representa.

Tive muitas candidaturas em minha trajetória, mas esta é diferente: é o compromisso da minha vida. Quem teve o privilégio de ver o Brasil avançar em benefício dos mais pobres, depois de séculos de exclusão e abandono, não pode se omitir na hora mais difícil para a nossa gente.

Sei que minha candidatura representa a esperança, e vamos levá-la até as últimas consequências, porque temos ao nosso lado a força do povo.

Temos o direito de sonhar novamente, depois do pesadelo que nos foi imposto pelo golpe de 2016.

Mentiram para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita. Mentiram que o país iria melhorar se o PT saísse do governo; que haveria mais empregos e mais desenvolvimento. Mentiram para impor o programa derrotado nas urnas em 2014. Mentiram para destruir o projeto de erradicação da miséria que colocamos em curso a partir do meu governo. Mentiram para entregar as riquezas nacionais e favorecer os detentores do poder econômico e financeiro, numa escandalosa traição à vontade do povo, manifestada em 2002, 2006, 2010 e 2014, de modo claro e inequívoco.

Está chegando a hora da verdade.

Quero ser presidente do Brasil novamente porque já provei que é possível construir um Brasil melhor para o nosso povo. Provamos que o País pode crescer, em benefício de todos, quando o governo coloca os trabalhadores e os mais pobres no centro das atenções, e não se torna escravo dos interesses dos ricos e poderosos. E provamos que somente a inclusão de milhões de pobres pode fazer a economia crescer e se recuperar.

Governamos para o povo e não para o mercado. É o contrário do que faz o governo dos nossos adversários, a serviço dos financistas e das multinacionais, que suprimiu direitos históricos dos trabalhadores, reduziu o salário real, cortou os investimentos em saúde e educação e está destruindo programas como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Pronaf, Luz Pra Todos, Prouni e Fies, entre tantas ações voltadas para a justiça social.

Sonho ser presidente do Brasil para acabar com o sofrimento de quem não tem mais dinheiro para comprar o botijão de gás, que voltou a usar a lenha para cozinhar ou, pior ainda, usam álcool e se tornam vítimas de graves acidentes e queimaduras. Este é um dos mais cruéis retrocessos provocados pela política de destruição da Petrobrás e da soberania nacional, conduzida pelos entreguistas do PSDB que apoiaram o golpe de 2016.

A Petrobras não foi criada para gerar ganhos para os especuladores de Wall Street, em Nova Iorque, mas para garantir a autossuficiência de petróleo no Brasil, a preços compatíveis com a economia popular. A Petrobras tem de voltar a ser brasileira. Podem estar certos que nós vamos acabar com essa história de vender seus ativos. Ela não será mais refém das multinacionais do petróleo. Voltará a exercer papel estratégico no desenvolvimento do País, inclusive no direcionamento dos recursos do pré-sal para a educação, nosso passaporte para o futuro.

Podem estar certos também de que impediremos a privatização da Eletrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa, o esvaziamento do BNDES e de todos os instrumentos de que o País dispõe para promover o desenvolvimento e o bem-estar social.

Sonho ser o presidente de um País em que o julgador preste mais atenção à Constituição e menos às manchetes dos jornais.

Em que o estado de direito seja a regra, sem medidas de exceção.

Sonho com um país em que a democracia prevaleça sobre o arbítrio, o monopólio da mídia, o preconceito e a discriminação.

Sonho ser o presidente de um País em que todos tenham direitos e ninguém tenha privilégios.

Um País em que todos possam fazer novamente três refeições por dia; em que as crianças possam frequentar a escola, em que todos tenham direito ao trabalho com salário digno e proteção da lei. Um país em que todo trabalhador rural volte a ter acesso à terra para produzir, com financiamento e assistência técnica.

Um país em que as pessoas voltem a ter confiança no presente e esperança no futuro. E que por isso mesmo volte a ser respeitado internacionalmente, volte a promover a integração latino-americana e a cooperação com a África, e que exerça uma posição soberana nos diálogos internacionais sobre o comércio e o meio ambiente, pela paz e a amizade entre os povos.

Nós sabemos qual é o caminho para concretizar esses sonhos. Hoje ele passa pela realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas, sem regras de exceção para impedir apenas determinado candidato.

Só assim teremos um governo com legitimidade para enfrentar os grandes desafios, que poderá dialogar com todos os setores da nação respaldado pelo voto popular. É a esta missão que me proponho ao aceitar a candidatura presidencial pelo Partido dos Trabalhadores.

Já mostramos que é possível fazer um governo de pacificação nacional, em que o Brasil caminhe ao encontro dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e dos trabalhadores.

Fiz um governo em que os pobres foram incluídos no orçamento da União, com mais distribuição de renda e menos fome; com mais saúde e menos mortalidade infantil; com mais respeito e afirmação dos direitos das mulheres, dos negros e à diversidade, e com menos violência; com mais educação em todos os níveis e menos crianças fora da escola; com mais acesso às universidades e ao ensino técnico e menos jovens excluídos do futuro; com mais habitação popular e menos conflitos de ocupações nas cidades; com mais assentamentos e distribuição de terras e menos conflitos de ocupações no campo; com mais respeito às populações indígenas e quilombolas, com mais ganhos salariais e garantia dos direitos dos trabalhadores, com mais diálogo com os sindicatos, movimentos sociais e organizações empresarias e menos conflitos sociais.

Foi um tempo de paz e prosperidade, como nunca antes tivemos na história.

Acredito, do fundo do coração, que o Brasil pode voltar a ser feliz. E pode avançar muito mais do que conquistamos juntos, quando o governo era do povo.

Para alcançar este objetivo, temos de unir as forças democráticas de todo o Brasil, respeitando a autonomia dos partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de País mais solidário e mais justo, que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida. Tenho certeza de que estaremos juntos ao final da caminhada.

Daqui onde estou, com a solidariedade e as energias que vêm de todos os cantos do Brasil e do mundo, posso assegurar que continuarei trabalhando para transformar nossos sonhos em realidade. E assim vou me preparando, com fé em Deus e muita confiança, para o dia do reencontro com o querido povo brasileiro.

E esse reencontro só não ocorrerá se a vida me faltar.

Até breve, minha gente

Viva o Brasil! Viva a Democracia! Viva o Povo Brasileiro!

Luiz Inácio Lula da Silva

Curitiba, 8 de junho de 2018

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Nota de Gleisi Hoffmann em solidariedade a Guilherme Boulos

É vergonhosa a tentativa de criminalizar Guilherme Boulos no caso da ocupação do “apartamento Triplex” atribuído absurdamente a Lula pelos promotores da Lava Jato e pelo juiz Sérgio Moro. Boulos e a Frente Povo Sem Medo escancararam para o Brasil e para o mundo a farsa da acusação contra o ex-presidente.

As imagens reveladas com a manifestação mostraram que Lula não é e nunca foi proprietário do apartamento. Revelaram, ainda, a mentira das reformas internas descritas no processo viciado e cheio de falhas conduzido pela Lava Jato e chancelado por Moro, e ainda apresentaram as contradições de um judiciário que perseguiu e condenou Lula sem crime e sem provas.

Mais que solidários, somos gratos a Boulos e aos valorosos companheiros e companheiras da Frente Povo Sem Medo pela coragem em denunciar ao país as contradições do julgamento injusto ao qual Lula foi submetido. Lula é inocente.

Estamos juntos, Guilherme Boulos. Conte com o PT em sua defesa e receba nossa solidariedade.

Gleisi Hoffmann

Presidenta do Partido dos Trabalhadores